O pensamento chinês vê na harmonia o objetivo fundamental da ação humana. Harmonia essa que deve estar dentro do indivíduo, entre o indivíduo e a natureza e entre o indivíduo e a sociedade.
Para a Medicina Tradicional Chinesa é no reconhecimento das leis da natureza e das ações harmoniosas com ela, que o homem, além de preservar a saúde, também a completa. A doença é conseqüência de uma desarmonia, um estado de desequilíbrio na interação entre o corpo e o meio ambiente.
Na Medicina Tradicional Chinesa o corpo é visto como um sistema energético em equilíbrio dinâmico. Nele a Energia (Chi) circula através de um sistema de canais ou meridianos, formando uma rede que conecta os pontos de acupuntura entre si, os órgãos e vísceras. A Energia é a forma imaterial que promove o dinamismo, a atividade do ser vivo. Manifesta-se sob dois aspectos, opostos e complementares: o Yin e o Yang. O Yang representa a energia que produz calor, a expansão, a claridade, o aumento de todas as atividades; o Yin representa a energia que produz o frio, o retraimento, o repouso, a escuridão, a diminuição de todas as atividades. A interação desses dois aspectos promove todas as funções orgânicas. Se o Yin e o Yang estão em equilíbrio, a Energia terá um fluxo livre e ordenado, o corpo será saudável e forte, gozará de longevidade e paz.
Os fatores causadores da doença desequilibram a energia interna do corpo e podem ser ocasionados pelo meio ambiente: vento, frio, calor, umidade, secura, portanto de origem externa. Ou causados pela alimentação desregrada, emoções retidas, fadigas, nesses casos de origem interna. O indivíduo como parte integral de um contexto mais amplo quando adoece apresenta sinais e sintomas individuais que devem ser avaliados no todo: corpo-mente-espírito.
Quando ocorre o impedimento (Yu) desse fluxo livre e ordenado, a Energia será insuficiente, ou bloqueada ou em excesso. Surge o desequilíbrio e sua conseqüência: a doença. Através da inserção de agulhas em pontos nos quais o fluxo de energia dentro dos meridianos pode ser ajustado, a Acupuntura faz a introdução, a mobilização, a circulação e o desbloqueio da Energia, como também a retirada das energias perversas (Liu Xie), possibilitando que as substâncias, principalmente Energia (Chi) e Sangue (Xue), sejam transportadas para todos os órgãos, vísceras e tecidos.
A essência da filosofia da Medicina Tradicional Chinesa reside no estudo dos fatores causadores da doença, das formas de prevenção da mesma, e como tratá-la conforme os estágios da evolução do processo de adoecer. Busca-se uma percepção precisa dos padrões de desarmonia, classificando-os de forma correta e estabelecendo o tratamento adequado, a fim de restabelecer a harmonia do indivíduo na sua totalidade.
Sendo o corpo uma dádiva dos pais oferecida aos filhos, deve ser respeitado e mantido sempre saudável. Ao longo dos tempos os chineses desenvolveram diversas práticas: alimentação (dietética), ervas (fitoterapia), massagens, exercícios físicos e a acupuntura, que visam a harmonização do corpo e mente, sempre utilizando princípios e técnicas naturais.